Conservação e Investigação
A extinção é para sempre!
A rápida expansão da população humana e a utilização pouco sustentável dos recursos naturais do Planeta, representam um forte impacto sobre a biodiversidade que, consequentemente, está a diminuir de forma avassaladora ao longo dos últimos anos. A vida na Terra está ameaçada.

Jardins zoológicos, aquários, parques e reservas da vida selvagem, assumem atualmente um papel fundamental para a sobrevivência das espécies em vias de extinção. Em conjunto, estas instituições, são hoje verdadeiras Arcas de Noé. Contribuem e colaboram através da educação, da investigação científica e da implementação ao nível local, europeu e mundial, de medidas de conservação das espécies e dos seus habitats até à reintrodução de espécies na Natureza.
Nos próximos 25 anos, 1/4 de todas as espécies de mamíferos e uma em cada oito espécies de aves correm o risco de extinção.
Investigação Científica
A Investigação Científica é uma ferramenta central para que se conheça melhor o Reino Animal e os ecossistemas. Permite reunir informações valiosas acerca da biologia, reprodução e comportamento de cada espécie, e inferir sobre o ecossistema em que se insere. Estas informações são imprescindíveis para que o maneio dos animais seja o mais correto quando sob cuidados humanos, e para que se tomem medidas de conservação adequadas no habitat.

A investigação permite que a conservação das espécies seja feita com maior taxa de sucesso, independentemente de se tratar de conservação in situ ou ex situ. 

O Jardim Zoológico colabora com diversas instituições, universidades e escolas nacionais e internacionais, no âmbito académico das mais diversas áreas como é o caso da biologia, etologia e medicina veterinária. E participa ativamente em projetos de investigação científica.
Projetos em destaque: Primeira inseminação artificial em Tigre-da-sibéria
Primeira inseminação artificial de uma fêmea Tigre-da-sibéria (Panthera tigris altaica) com sucesso na Europa, em 1997, numa parceria com a estação Zootécnica Nacional.
Primeiro Biobanking para reprodução assistida no Irão
É o primeiro bio-repositório que armazena amostras biológicas de espécies animais para uso em pesquisas médico-veterinárias no Irão, que se destina a espécies ameaçadas da região, como o Leopardo-da-pérsia e a Chita-asiática. 

O Jardim Zoológico apoiou a participação do Dr. Rui Bernardino (médico veterinário do JZ e Vet Co-Advisor do EEP do Leopardo-da-pérsia) e da Dra. Imke Lüders (GEOLifes – Consultora em Reprodução). O trabalho foi executado no Teerão, em três instituições, o Zoo de Teerão (juntamente com Dr. Iman Memarian), o Asiatic Cheetah Research e o Husbandry Headquarter of Pardisan Park. 

As medidas de conservação que atuam diretamente no habitat natural (conservação in situ) podem ser muitíssimo variadas incluindo programas de sensibilização das populações locais, requalificação do habitat, etc. O Jardim Zoológico participa na conservação in situ de várias espécies de animais. Colabora de formas diversas e estabelece parcerias de trabalho com entidades na linha da frente de ação na Natureza.

Em 2005 o Jardim Zoológico foi distinguido com o prémio de Melhor Programa de Conservação da EAZA – Associação Europeia de Zoos e Aquários – como coordenador do Programa de Conservação in situ para o Saguim-cinzento (Saguinus leucopus), na Colômbia. Em julho de 2006, este programa foi reconhecido também pela IUCN e passou a ser apoiado pela mesma.

As medidas de conservação adotadas para cada espécie sob cuidados humanos, ou seja, fora do seu habitat natural, traduzem o que é a conservação ex situ. A sobrevivência das espécies depende muitas vezes da manutenção de animais sob cuidados humanos, a sua reprodução e formação de populações saudáveis e geneticamente viáveis. Assim, a articulação entre jardins zoológicos e instituições semelhantes, e a gestão correta das populações a nível europeu e internacional é fundamental para a sobrevivência das espécies. São inúmeras as instituições e associações que trabalham em conjunto para esta mesma missão.

As espécies animais que um parque zoológico tem ao seu cuidado são selecionadas com extremo cuidado, trata-se de planear a coleção animal e para isso as instituições contam com os Taxon Advisory Groups (TAGs) que são grupos de trabalho formados por especialistas que se dedicam a grupos específicos de animais. Por exemplo o TAG dos Pinguins, o TAG dos Elefantes entre tantos outros.

Os TAGs desenvolvem Planos de Coleção Regionais que descrevem que espécies são recomendadas, porquê e como as gerir. São uma importante base de trabalho para cada parque zoológico e para a conservação das espécies a nível global. Estes planos de coleção indicam ainda que espécies devem ser protegidas adicionalmente através de outros programas de conservação.

A conservação sob cuidados humanos é ainda caracterizada por uma forte componente de Enriquecimento Ambiental, através do qual são estimulados os comportamentos naturais dos animais. Esta é atualmente reconhecida pela IUCN – União Internacional para a Conservação da Natureza – como um instrumento indispensável para a conservação da biodiversidade.

O Programa Europeu de Reprodução de Espécies Ameaçadas (EEP) permite uma ação conjunta dos parques zoológicos para manter populações geneticamente saudáveis para que se reproduzam com o objetivo final da reintrodução em habitat natural. Este programa é muito intensivo e inclui análises demográficas e genéticas para a elaboração de planos para o futuro maneio das espécies tendo sempre em vista a sua reprodução e formação de populações saudáveis estáveis para a sua conservação.

O Studbook Europeu (ESB) ou Internacional (ISB) é um livro de registo de dados referente a uma determinada espécie. Ou seja, é um documento semelhante a um livro genealógico em que se registam óbitos, nascimentos, filiação, e transferências de todos os parques zoológicos que mantêm a espécie em questão. Permite saber quantos indivíduos existem de uma determinada espécie, quem são os seus progenitores, a sua descendência e a cargo de que zoo se encontra, enfim... uma série de informações essenciais para a articulação de informação e de indivíduos entre os zoos e parques de todo o Mundo.

O Jardim Zoológico iniciou a sua participação em programas de conservação, participando em 4 EEPs no início dos anos 90. Atualmente, o Jardim Zoológico participa em 75 EEPs e 49 outros programas (studbooks europeus e internacionais) referentes a um total de 97 espécies ou subespécies em risco de extinção.

O Jardim Zoológico coordena, atualmente, quatro EEPs: leopardo-da-pérsia (Panthera pardus tulliana, contando ainda com o EAZA Veterinary Advisor para a espécie), niala (Tragelaphus angasi), leão-marinho-da-california (Zalophus californianus) e tartaruga-espinhosa (Heosemys spinosa).

O Jardim Zoológico é membro das principais instituições dedicadas à conservação das espécies e seus habitats, como é o caso da EAZA (a Associação Europeia de Zoos e Aquários), entre tantas outras organizações europeias e internacionais. Neste âmbito, desde 2000 que o Jardim Zoológico tem participado em todas as campanhas de conservação levadas a cabo pela EAZA para projetos de conservação in situ, empenhando-se em divulgá-las e em angariar fundos para cada nova campanha.

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