Esta semana é assinalado o Dia de Reis, dia em que, segundo a tradição cristã, Jesus Cristo terá recebido a visita de três Reis Magos – Melchior, Gaspar e Baltazar. Ao visitar o recém-nascido, os Reis Magos terão trazido três presentes especiais: incenso, ouro e mirra.

O ouro é um elemento químico metálico que pertence à classe dos metais de transição, já o incenso e a mirra, são dois elementos de origem vegetal que vamos conhecer melhor de seguida.

Provenientes de árvores de pequeno porte que crescem em regiões desérticas ou semidesérticas da Somália, Eritreia, Etiópia, Omã e Iémen, o incenso e a mirra estão historicamente relacionados com o culto religioso, perfumaria e medicina tradicional. São ambos uma mistura de óleos, gomas e resinas, muito apreciadas pela sua propriedade aromática. Ambos subprodutos, foram muito cobiçados pelas civilizações durante milénios.
  A mirra é uma secreção vegetal proveniente de uma árvore com o mesmo nome (Commiphora myrrha). Era frequentemente utilizada em medicina como desinfetante e analgésico, devido às suas reconhecidas propriedades antissépticas. No Antigo Egito este subproduto era utilizado para aromatizar e encher os corpos aquando da mumificação. Nesse processo era ainda utilizado natrão, um mineral composto por carbonato de sódio que, além de promover a desidratação, ajudava no combate a bactérias. No entanto, a desidratação dos corpos era por vezes associada à utilização da mirra ficando assim o processo de perda de água etimologicamente relacionado com o verbo mirrar – secar, definhar, tornar magro, consumir.

O incenso obtém-se a partir de várias espécies do género Boswellia, em particular da Boswellia sacra Flueck e a sua propriedade aromática é sem dúvida a mais reconhecida.
Entre o século III a.C. e o século II d.C., foi criada uma rota comercial – A Rota do Incenso – para facilitar o comércio de mercadorias como o incenso e a mirra. Este era um comércio extremamente lucrativo.

Para as plantas que os produzem, produtos como o incenso, a mirra e outras gomas, óleos e resinas, servem para a proteção da ação predatória de pequenos animais, insetos ou mesmo de microrganismos. Após sofrerem feridas nos seus caules, as plantas produzem estes produtos que, devido às propriedades desinfetantes e microbicidas que as ajudam a regenerar.