02 de Outubro de 2020 / Palavra de Tratador
Encontro com o Serviço de Nutrição
Lídia Colaço veio visitar o Jardim Zoológico com o marido, e apaixonou-se pelo lugar e pelos animais. Candidatou-se a um cargo de tratadora e foi escolhida. Vinte e oito anos depois, faz parte da equipa da nutrição e não se vê a trabalhar noutro sítio.
 
Como foi o percurso profissional no Jardim Zoológico?
Estive um ano nos pequenos primatas, depois passei para os grandes primatas onde fiquei 20 e tal anos. Ao fim desse tempo todo, embora gostasse muito daquele trabalho, quis mudar e pedi para vir para o Serviço de Nutrição. Queria saber mais sobre o Jardim e os animais; o que eles comiam e os hábitos de outras espécies.



O trabalho é muito intenso?
O sistema de trabalho é rotativo: numa semana nas pesagens; outra no corte e na preparação dos alimentos: cozer ovos, carne, batatas ou arroz, preparar gelatina, verificar a qualidade das frutas e legumes; e, na seguinte, preparar os tabuleiros que, devidamente identificados, são depois levados pelos colegas para a instalação de cada animal. As três pessoas da equipa vão trocando de tarefa semana a semana e assim todos fazem tudo sem monotonia. Também lavamos e desinfetamos todo o material utilizado. O trabalho é intenso e há sempre muito para fazer, mas quem corre por gosto não cansa.
 
Como sabem quais os alimentos indicados para cada animal?

As indicações da alimentação de cada animal são dadas pela nutricionista responsável, que determina a dieta de cada espécie e a variedade é uma constante. Não lhes damos sempre a mesma coisa, variamos muito.
 
Qual a proveniência dos alimentos que chegam ao Serviço de Nutrição?
Para além dos produtos de compra, há alimentos oferecidos por hipermercados, como legumes e frutas que já não estão em condições de serem vendidos. Nós escolhemos, deitamos fora as partes menos boas e damos só os pedaços fresquinhos. O zelo pela qualidade é uma das minhas responsabilidades.
 
Pode contar algumas curiosidades sobre a alimentação dos animais?
Os pequenos primatas, principalmente os lémures, gostam muito de queijo. Os micos comem desde cenoura, banana e maçã, a queijo e gelatina, onde pomos vitaminas e fruta cortada. Também damos todos os dias um bocadinho de arroz, que eles gostam muito. De vez em quando cozemos batatas para os chimpanzés, eles adoram. E um ou dois dias por semana comem carne cozida. Já para as aves de rapina, como as águias, partimos fígado, coração, pintos e ratos.



Qual a sua espécie favorita?
Embora goste de todos os animais, os meus favoritos são os chimpanzés. Eles conhecem-me perfeitamente, principalmente os mais velhos. Basta verem-me a chegar que vêm logo ter comigo, chamam-me e batem no peito para dizer que são amigos. As minhas colegas até ficam admiradas por eles me conhecerem tão bem.
 
Gosta do seu trabalho?
Gosto muito, acho que não conseguia trabalhar num escritório, passar o dia entre quatro paredes. Aqui estamos muitas vezes ao ar livre, o Jardim é bonito e ainda temos os animais. Apesar de gostar muito de trabalhar com os animais, fui com alegria para a minha atual função. Quis fazer uma coisa diferente porque acredito que é bom mudar. Não quer dizer que, até à reforma, não possa passar por outro departamento, é sempre bom conhecermos muitas áreas.


 
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