Conservação
Uma Savana para o maior do mundo
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No coração do Jardim Zoológico nasceu a Savana, uma instalação que pretende homenagear o maior mamífero terrestre e símbolo do Zoo.
 
Chegar à Savana é uma emoção. Subimos uma extensa avenida ladeada por rinocerontes e órixes e quando olhamos em frente começam a definir-se altos pescoços no horizonte. “Olha as girafas”, ouvimos as vozes inocentes e sonhadoras das crianças, enquanto caminham apressadas para contemplar o animal mais alto do mundo. Curiosas, as girafas aproximam-se e olham do topo dos seus cinco metros de altura para mais um grupo que chega.

Aqui começa a Savana MEO, a nova instalação do Jardim Zoológico. Este espaço foi cuidadosamente pensado para transportar os visitantes pelas cores, aromas e calor do continente africano. Com a natureza como inspiração, neste novo espaço podem ser observados diversos elementos, como por exemplo, rochas e pequenos lagos, que demarcam os limites da instalação. Pretende-se com estas barreiras naturais, que a separação dos animais que ali habitam, elefantes, girafas e hipopótamos, não seja notada pelos visitantes, dando a sensação de que habitam todos no mesmo espaço. 

A savana é um lugar único e diverso, com uma pluralidade de espécies. Nesta instalação podemos encontrar as mais emblemáticas, que pela sua imponência dão uma “cor” especial a este espaço.

Das girafas ajustamos a objetiva e vislumbramos, ao fundo, os maiores do mundo num constante frenesim de trombas para cima e para baixo enquanto se alimentam. Trezentos quilos de feno por dia, por elefante, uma conta redonda e “pesada”, de mais de uma tonelada diária para tão ilustres paquidermes. Ao chegarmos mais perto, a nova instalação coloca-nos propositadamente ao mesmo nível destes animais e somos impactados pela imponência das quase oito toneladas que enverga. Naturalmente, olham-nos de cima e cresce em nós o respeito por cada individuo e pela espécie. Cumpriu-se a missão.

Coabitam com os elefantes as nialas. Estas são antílopes de pequeno porte que tal como numa savana, exploram o espaço, sempre alerta. Uma espécie de hábitos reservados que vive geralmente em grupos de três indivíduos e que aproveita para se apropriar das áreas dispensadas pelos elefantes fazendo delas o seu território.

A instalação dos elefantes foi a que recebeu a maior intervenção. Foi aumentada em mais do triplo do seu tamanho original, e recebeu alimentadores em altura que se assemelham a troncos de árvores e promovem o exercício dos músculos da tromba. Em vez de um, passou a contar com dois lagos com cascata onde os animais se podem refrescar nos dias mais quentes ou beber água. Numa das extremidades do espaço, observamos ainda o lago de lama que os animais utilizam para proteger a pele da exposição solar e dos mosquitos.

Continuando a percorrer o espaço encontramos o lago onde habita o “Agricultor da Savana”. O hipopótamo é assim conhecido porque as suas fezes tornam o terreno muito fértil, permitindo assim que na época das chuvas, cresça muita vegetação que irá alimentar os herbívoros da savana. Estes animais dependem muito da água, no entanto, apesar da sua grande capacidade de apneia, não respiram debaixo de água. São mamíferos, sendo obrigados a “espreitar” a superfície de tempos em tempos para pôr os pulmões a trabalhar.

No topo da savana, numa área elevada, conseguimos alcançar com o olhar este magnífico complexo de instalações.

Mas, um rugido interfere com o momento de contemplação e leva-nos a virar as costas para constatar que, ali mesmo atrás de nós, se encontra mais um elemento da savana, logicamente separado das eventuais presas. Apesar de não fazer parte da Savana MEO, nome oficial da instalação, não é de forma inocente que a delimita superiormente. Aproximamo-nos, contemplamos a interação dos animais com o espaço e saudamos o rei.


Uma instalação dinâmica e estimulante
No Jardim Zoológico o enriquecimento ambiental é uma realidade constante. Este consiste num conjunto de itens e estruturas inseridas nas instalações e que têm como objetivo estimular os comportamentos naturais dos animais. Conhecem-se cinco tipos diferentes de enriquecimentos – alimentar, físico, ocupacional, sensorial e social - e todos eles podemos identificar nesta na savana. 

Neste novo espaço, os enriquecimentos fundem-se com o conceito da instalação e apresentam-se ao visitante de forma natural. Sombras foscas, pontos de água, lagos de lama e diferentes substratos a cobrir o solo, são algumas das estruturas físicas inseridas na instalação e que oferecem diversificados estímulos a estes animais da savana africana. A colocação da alimentação dos elefantes em estruturas elevadas é outro exemplo de enriquecimento, alimentar, físico e ocupacional, e que pretende levar os animais a exercitar os músculos da tromba, tal como fariam para chegar às folhas das árvores no habitat natural.


Um gigante “Em Perigo”
O Elefante-africano-de-savana registou, desde 2008, um acentuado declínio da população, que culminou com a mudança de estatuto de ‘vulnerável’ para ‘em perigo’, em maio de 2021.

Este é o maior animal terrestre e representa para muitas comunidades indígenas a força e a inteligência. As suas principais ameaças são a caça para a obtenção dos seus dentes, e a fragmentação do seu habitat. O Jardim Zoológico trabalha diariamente para sensibilizar todos os seus visitantes para conservação das espécies.

12 de Agosto de 2024
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