Um estudo publicado pela organização Botanic Gardens Conservation International (BGCI), alerta para o facto de 17.500 das 60.000 espécies de árvores que existem no mundo estão ameaçadas. Destas árvores, 440 apresentam um número inferior a 50 indivíduos na natureza, razão pela qual estão classificadas como Criticamente em Perigo, pela União Internacional para a Conservação da Natureza, IUCN.
O documento divulgado hoje é o resultado de cinco anos de um intenso trabalho de pesquisa levado a cabo pela Global Tree Assessment (GTA) que tem como objetivo reportar o estatuto das árvores, e assinalar as principais lacunas na sua conservação, apresentando medidas mais eficazes para a salvaguarda da flora mundial.
A destruição dos habitats para a prática agrícola é apresentada como a principal ameaça (29%) seguida pela deflorestação para obtenção de madeira (27%), produção animal (14%) e crescimento urbano (13%). A destruição dos habitats através de incêndios florestais comporta ainda uma boa fatia das ameaças (13%).
Apesar de representar apenas 4% das causas de extinção, as alterações climáticas são ainda referenciadas como uma causa emergente e nem sempre corretamente identificada. As mudanças na temperatura e precipitação nos diferentes biomas afetam diretamente as espécies vegetais que nele habitam, transformando o habitat. Para além destas alterações também os fenómenos meteorológicos extremos que resultam destas alterações têm uma importante expressão.
De forma a proteger e recuperar as espécies ameaçadas a BGCI sugere um conjunto de políticas que passam pelo aumento das áreas protegidas, salvaguarda de exemplares em jardins botânicos e bancos de sementes. O aumento da disponibilidade governamental e das empresas para o financiamento da proteção das espécies em perigo de extinção, a expansão do esquema de reflorestação e criação esforços internacionais com vista à conservação da flora mundial também está na lista de ambições.
Em comunicado, a BGCI reforça “esperança no futuro, uma vez que os esforços na conservação desenvolvidos pela comunidade botânica em todo o mundo está a crescer”. Apesar do discurso positivo, reconhece que muitas ações têm ainda de ser desenvolvidas.
A destruição de habitats é uma das principais ameaças à conservação da fauna e flora do planeta. Está nas mãos de cada individuo fazer a diferença.