No passado dia 7 de setembro a associação ambientalista Quercus alertou para problemas sanitários e de seca que estavam a atingir um conjunto de Carvalhos-negrais,
Quercus pyrenaica, no Parque Natural da Serra de São Mamede, no Alentejo. As árvores apresentavam as folhas amarelas e secas e tanto a associação ambientalista
como alguns proprietários da região expuseram a preocupação informando que ficaria a aguardar uma “avaliação e diagnóstico sobre esta situação”.

Em resposta ao comunicado, o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, ICNF, informou que estava a avaliar os problemas reportados em colaboração com o
Instituto de Investigação Agrária e Veterinária. No entanto, esclarece que “ainda não existe um diagnóstico que aponte claramente para o(s) agente(s) que possam estar na
origem da sintomatologia detetada”, razão pela qual ainda não terão sido criadas medidas para a resolução do problema. Não obstante, têm sido promovidas ações de
monitorização na tentativa de identificar a causa da doença das árvores, que em comunicado à Agência LUSA o Instituto informa que “pode ser provocada por
diferentes fatores”. Estes poderão ser quer de “natureza biótica (pragas florestais, vulgo pragas e doenças que afetem os exemplares arbóreos), quer de natureza abiótica
(de caráter físico, edafoclimático, stress hídrico)”.

Apesar das incertezas, no comunicado inicial a Quercus informa que há suspeitas de que as condições climáticas verificadas na região “como invernos secos e, eventualmente, verões de grande humidade” poderão ter promovido o desenvolvimento da doença que se suspeita tratar de um surto de Pulgão-dos-carvalhos.

A população de Carvalho-negral que se desenvolve no Parque Natural da Serra de São Mamede é um importante núcleo da população cuja distribuição ocorre principalmente no norte e centro do país. No norte alentejano, “os carvalhos-negrais surgem no sistema de montado, pelo que é essencial uma gestão cuidada, para evitar o declínio do ecossistema”.

Fonte | LUSA

Foto | Carvalho-negral, Quercus pyrenaica - Luis Fernández García/WikiCommons