Nos últimos anos temos sido confrontados com as alterações climáticas como uma realidade emergente. Essas alterações têm-se refletido nas temperaturas extremas que se fazem sentir em algumas zonas do Planeta, mas também através de fenómenos meteorológicos de grande dimensão como cheias.
 
Em 2019, com o aparecimento do vírus SARS-CoV-2, responsável pela pandemia de Covid-19, muitos cientistas começaram a questionar a possível relação entre este surto e as alterações climáticas.
 
Alexander More, cientista climático norte-americano defende que as pandemias e alterações climáticas estão intrinsecamente relacionadas. À Agência Lusa, More afirmou que as crises pandémicas e as alterações climáticas “são, na realidade, uma”. Nas suas declarações recordou ainda a pandemia da doença de Lyme que ocorreu no nordeste dos Estados Unidos da América, resultado de um aumento da temperatura que mexeu com os ciclos de vida de carraças, veados e humanos. “Basicamente, dobrámos a duração do verão e o período de tempo em que as carraças, que transmitem a doença, se conseguem reproduzir. Além disso, acabámos com os predadores de topo, pelo que há muitos veados para estas parasitarem. Criámos uma pandemia por criarmos uma crise climática e mudarmos o ambiente”, disse.
 
Para além da importância de sensibilizar os indivíduos para a alteração de comportamentos tendo em vista a redução da pegada ecológica, o cientista destaca a investigação científica como disciplina essencial para a recuperação do Planeta. “Não se consegue proteger o que se desconhece”.  
 
 
Fonte: LUSA