De “Extinto na Natureza" para “Em Perigo”: Jardim Zoológico dá vida à Natureza
O Órix-de-cimitarra (Oryx dammah) foi declarado como “Extinto na Natureza” em 2000, pela União Internacional para a Conservação da Natureza, IUCN, e sem os esforços de conservação internacionais já estaria extinto em todo o mundo. Contudo, o início de 2024 trouxe uma grande notícia: o regresso do Órix-de-cimitarra ao seu habitat natural!
Este é um antílope ruminante, caracterizado pelos longos cornos curvados para trás, que podem medir até 1,20 metros de comprimento. Com uma área de distribuição original de estepes semiáridas e desertos do Egipto, Burkina Faso, Líbia, Mali, Mauritânia, Marrocos, entre outros, tem a caça, a perda do habitat e a competição com o gado doméstico como principais causas para a sua extinção.
Os primeiros anos da década de 2000 assinalam o início dos esforços de conservação para esta espécie emblemática, que uniram zoos de todo o mundo, de instituições privadas a entidades governamentais.
Recuperação de uma espécie e do seu habitat: o processo
O processo de recuperação de uma espécie e do seu habitat é complexo, e depende desta rede de instituições e técnicos especializados. No local de reintrodução é necessário identificar e controlar os diferentes fatores de risco como a caça furtiva, a degradação do habitat e a competição com gado doméstico, e garantir as condições que potenciam a sobrevivência dos animais translocados.
Nesta fase as instituições zoológicas que apoiam o esforço de reintrodução, como no caso do Jardim Zoológico, têm de reunir o conhecimento adquirido ao longo de décadas de maneio da espécie e transmiti-lo, apoiando o desenvolvimento de competências dos especialistas locais. Têm ainda de analisar a população sob cuidados humanos de forma a identificar os indivíduos que permitam alcançar uma descendência saudável, com comportamentos naturais para a espécie e com a maior variabilidade genética possível.
A nível europeu, este esforço é coordenado pela Associação Europeia de Zoos e Aquários (EAZA) e pelo EAZA Ex situ Program (EEP) da espécie, que procura estabelecer populações saudáveis e representativas sob cuidado humano, através de um maneio genético rigoroso.
O trabalho do Zoo
O Jardim Zoológico contribuiu ao longo dos anos para o programa de reintrodução da espécie na Tunísia, através da partilha de conhecimentos, contribuições para o estabelecimento de uma população saudável e sustentável, disponibilização de animais geneticamente importantes, e apoio financeiro às translocações.
28 de Julho de 2024