O Mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia), é um pequeno primata com cerca de 35 centímetros de comprimento, medidos desde o nariz até à ponta da cauda. Têm um pelo alaranjado e um tufo em torno da cara que faz lembrar uma juba, características que estão na origem do seu nome. A cauda comprida, serve de apoio à vida arborícola, oferecendo o equilíbrio que necessitam para se movimentarem de ramo em ramo na copa das árvores.

A sua dieta consiste em frutas, néctar, insetos, e pequenos vertebrados que apanham nas fendas das árvores com auxílio dos seus dedos longos e esguios.

A porção de planície da Mata Atlântica brasileira é o único lugar do mundo onde vive esta espécie. Para além do seu habitat representar menos de 2% do habitat original, está ainda bastante fragmentado por pastagens de gado, estradas e cidades, o que representa uma ameaça à sua conservação. Também os surtos de Febre Amarela que afetam tanto os Micos como os humanos tem originado baixas consideráveis no número de indivíduos.

Séculos de desflorestação e captura de animais para o comércio de animais de estimação reduziram a população a menos de 200 indivíduos na natureza e apesar dos esforços feitos no sentido de conservar esta espécie, os números têm oscilado muito mantendo atualmente a tendência decrescente. Apesar de tudo, em 2017, os registos apontavam para a existência de cerca de 3700 indivíduos no habitat natural, o que acabou por se refletir numa melhoria no estatuto da espécie que está classificada até aos dias de hoje como “Em Perigo” pela União Internacional para a Conservação da Natureza, IUCN.

Recentemente os cientistas determinaram que uma população de 2000 micos a viver em 25.000 hectares de floresta protegida e sem estar fragmentada é o mínimo necessário para trazer esperança à espécie. Apesar de atualmente haver um total de 2.500 indivíduos na natureza, apenas 284 habitam no maior bloco de floresta protegida não-fragmentada, o que corresponde a 6.841 hectares, uma área ainda muito distante da definida pelos cientistas.

O Jardim Zoológico apoia a conservação in situ de Micos-leões desde 1994, através do IBAMA, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis. Este programa inclui estudos de comportamento e nutrição, implementação de corredores de floresta, e reintrodução de animais no habitat.